sábado, 21 de novembro de 2009

Transferência da administração de Macau faz 10 anos

Estamos práticamente a um mês de se comemorarem os primeiros dez anos de regresso de Macau à administração chinesa.
A propósito do acontecimento a agência noticiosa LUSA está a preparar documentação específica que inclui entrevistas a várias pessoas que, de uma forma ou de outra, estiveram envolvidas no processo de transmissão de poderes ou se interessam pela evolução da que é agora a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).
Foi por isso que me entrevistaram já que, no âmbito dos meus trabalhos de investigação, publiquei no meu centro de estudos (o CEsA/ISEG/UTL) um documento de trabalho sobre a economia dos últimos anos da administração portuguesa e os primeiros da administração chinesa.


Um dos temas da conversa foi, quase como não podia deixar de ser, a capacidade de Portugal --- das empresas portuguesas --- aproveitarem a (apesar de tudo) especial ligação do nosso país com aquela Região para servir de porta de entrada na China.
Confessei o meu pessimismo quanto ao assunto já que a História tem demonstrado essa incapacidade. E se foi assim no passado por alguma razão foi... E porque há-de ser diferente no futuro?
O problema (?) é que a quase totalidade das empresas portuguesas não tem dimensão, nomeadamente financeira, para se abalançar à conquista de algumas fatias daquele mercado.
Além disso, por isso, pela barreira linguística e pela própria barreira que constitui um sistema jurídico em que não é fácil trabalhar, a China será sempre uma opção quase do fundo da tabela para as nossas empresas, depois de Angola, do Brasil, de outros PALOP e países do Leste europeu.
E não há que lamentar a situação. Porque haveria de ser diferente?



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