quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Tchiiii! Já hoje é quinta feira!...

Pois é! Os dias passam a correr.
Terça foi dia de os alunos fazerem um exercício para avaliação numa das disciplinas que lecciono no ISEG e de, à noite e na turma de Mestrado (Economia da Ásia-Pacífico), falar da crise asiática de 1997-98 e algumas comparações com a que se vive actualmente.
E tudo para concluir que os homens não aprendem nada com os erros do passado... Quase as mesmas causas e quase as mesmas consequências, claro... O "perfume do dinheiro" é terrível!...

Quarta e quinta têm sido dedicadas, entre outras actividades --- nomeadamente escrever um texto sobre a economia de... Timor, pois claro! ---, tentar resolver uma "enrascada" (sorry!) em que me meti com a alfgândega portuguesa.

Vejamos se consigo sintetizar em poucas palavras.

Doido por Vespas --- sim aquelas que fazem brum-brum! --- o meu filho mais novo não me "largou o pé" enquanto não lhe comprei, em Bali, uma reprodução em tamanho natural da dita Vespa. E mais outra para um amigo.

Feita a compra --- uma bagatela... --- pôs-se a questão do seu transporte para Portugal. A solução mais óbvia e, pressupostamente "em conta", foi pedir ao fabricante que a despachasse para Portugal por navio (não há barcos! Só há navios e embarcações!...).
Consultado o despachante, paguei pelo frete o quádruplo do preço das peças! O que tinha sido barato já começava a sair caro!
Depois de cerca de dois meses de navegação --- que incluíu uma viagem de Singapura para Hamburgo, uma viagem de camião daqui para Roterdão e uma nova viagem de navio, agora para voltar para trás, para Lisboa ---, o caixote lá chegou são e salvo.
E aqui começou o martírio.

O pressuposto das alfândegas é o de que o que vem de navio é uma mercadoria e, como tal, se destina ao comércio. E vai daí toca a enfiar com taxas alfandegárias, com IVA e com mais não sei o quê. A que há que adicionar os custos do porto de Lisboa (uma roubalheira!) e "ofícios correlativos"... Mais os custos do despachante... Enfim: trazer o material de lá até casa vai custar umas 10-12 vezes o preço das peças! Toma! E tudo por causa de uma "bagagem não acompanhada" que veio de navio em vez de vir de avião...

Mas o drama não acaba aqui: é que descobriram que na descrição do material havia uma "unique carving", referência a umas portas de madeira, pequenas, compradas em Timor e oriundas de Oecussi. O que eu fui fazer!

Por causa das leis internacionais de protecção de animais e plantas ameaçadas de extinção, tenho de saber o nome da madeira utilizada. 'Tá-se mesmo a ver eu a conversar com o velhote que mas vendeu sentado na rua de Dili discutindo em baiqueno --- a língua de Oecussi --- o nome da madeira e seu correspondente em latim. E a pedir-lhe uma fatura. 'Tou feito! Lá tenho de me arranjar.
Com toda a probabilidade as portas foram feitas de madeira não-nobre e não protegida, mais provavelmente limoeiro, por ser uma madeira macia e fácil de trabalhar/gravar. Se fossem de pau preto podia dizer-lhes adeus!...
Se vejo as minhas ricas portinhas aqui em casa e as Vespas entregues aos seus legítimos proprietários ainda digo que é mentira...

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