Pois é: 4-meses-4 de afastamento em Timor Leste com dificuldade de acesso à net em condições capazes deram este resultado: há quanto tempo eu não escrevo neste blogue?!...
Na verdade, muita água passou debaixo da ponte e nem sei por onde começar. Talvez por dois acontecimentos que me "marcaram" mais nos últimos tempos.
Por um lado, o facto de, inesperadamente, ter sido "convocado" pelo ISEG para dar aulas de "Economia da Ásia-Pacífico", que, em princípio, não funcionaria. O "problema" é que os alunos do mestrado reivindicaram o funcionamento da disciplina (optativa) com o argumento de que quando se inscreveram no curso tinham esta disciplina "debaixo de olho" e por isso achavam-se no direito de optarem por ela --- e por este digníssimo professor que sou eu :-). E assim fizeram. Claro que dadas as ciscunstâncias me disponibilizei para, apesar de estar com dispensa do serviço docente neste primeiro semestre do ano lectivo, dar as aulas da disciplina (em conjunto com 2 colegas) de que sou o responsável.
Resultado: no passado dia 13 dei a minha 2ª "última aula"... :-) Que terminou, portanto, às 22h30m de 13 de Dezembro de 2010... Vamos ver se é desta.
O segundo acontecimento recente que me marcou foi a partida de Timor Leste da minha (muitissíssimo...) amiga Lotte. Por ela nutro uma profunda admiração devido a diversos factores, o menor dos quais não é a forma como ela desempenhou as suas funções no país como responsável pelo programa que mais fez pela produção de materiais escolares para vários graus de ensino em Timor Leste. Uma mulher "nota 10" (na escala do seu país, o Brasil) sob o ponto de vista intelectual, de capacidade de trabalho (trabalhava o dobro das horas normais mas só recebia um salário... :-) ) e de afabilidade no trato, sempre nos entedemos às mil maravilhas tendo conversas de horas sobre temas de interesse comum, normalmente relacionados com Timor Leste. Mas não só! Ficaram "famosas" entre nós as nossas incursões nos locais onde, em Dili, se vendiam "tais", fosse no mercado dos mesmos, fosse em feiras e exposições. "Ambos os dois" somos "perdidos" por estas peças do artesanato timorense e qualquer de nós tem uma colecção respeitável dos mesmos.
A Lotte é dos "malais" que melhor conhece o território de Timor Leste. São incontáveis as vezes que andou por montes e vales do país, indo aos sítios mais reconditos para visitar escolas isoladas e dormindo, por vezes, em locais que nem vale a pena descrever. Isto para não falar nos dias que passou fome por não haver nada de comer... Ou o pouco que havia não dava para encher o buraco de um dente.
Ao fim de 5 anos e meio resolveu aceitar uma posição na sede da ONG em que trabalhava em Timor Leste, situada nos Estados Unidos. Apesar de eu a ter "proibido" um número incontável de vezes de deixar a sua obra em Timor Leste (e me deixar sem parceira de belíssimos bate-papos!), acabou mesmo por pegar em armas e bagagens e lá foi para Atlanta. Boa sorte. Felicidades! Havemos de nos encontrar nessas esquinas do mundo! Combinado?!... :-)
sábado, 18 de dezembro de 2010
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